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SAIAM DAQUI :)

Agora eu escrevo em http://posts.luisguilherme.net Pode pegar o feed direto em http://feeds.feedburner.com/lgfp se preferir.

Este blogue não será mais atualizado com os dados daquele. Jamais. Fica vivo por histórico. Fim de linha. C’est fini. Goodbye! Adiós!

Já declaro aqui meu voto para governador de São Paulo: o picolé de Chuchu, Geraldo Alckmin.

Contudo, o “socialista” Paulo Skaf trouxe um debate muito interessante com duas propostas polêmicas: cobrar mensalidades nas universidades públicas e abater do IPVA os gastos com pedágios.

A primeira eu sou completamente a favor, a segunda eu sou completamente contra.

O que é a Universidade pública no Brasil? Vou falar de alguns aspectos que vejo nas universidades paulistas, que são as que conheço melhor.

Pesquisa

É um local em que há pesquisa de excelência, ao certo, mas ainda aquém de padrões internacionais. Há muita boa pesquisa mas — ainda mais — macaqueação de pesquisas estrangeiras e jogo da lógica das publicações. Isso funciona assim: você descobre algo mais ou menos significante, escreve um artigo, e manda para uma revista ou congresso. Depois, descobre mais uma coisinha, e atualiza o artigo para a próxima conferência ou revista. Publicar é o fim, não a ciência. Isso não acontece só no Brasil, é claro, mas essa lógica é patentíssima e grassa nas universidades.

Ensino

O ensino não é lá maravilhas não, muitos professores ruins — que às vezes, mas só às vezes, são excelentes pesquisadores — sem didática, sem interesse pela docência, considerando aquilo um “mal necessário” (com essas palavras). Mas os alunos, selecionados em vestibulares rigorosos, costumam garantir o bom nível dos cursos, e uma formação diferenciada. Eu sei quanto o selo “Unicamp” pesa quando eu busco empregos — e, aliás, essa é a principal razão pela qual a sociedade sustenta a Universidade politicamente. É na esperança de seus filhos as cursarem e terem um “futuro garantido”. Parecido com o emprego público, mas um pouco mais honesto, porque dá espaço ao desafio e à prova da capacidade de cada um.

Gente Universitária

Apesar de exceções — maravilhosas, em geral — a Universidade é local de ricos e remediados. Sabe o estereótipo de playboy? Tem de monte. Mas cada um com uma máscara. Em alguns lugares é o clássico: o bombadinho de carrão que só quer saber de beber e festas. Em outros é o “hippie do dinheiro alheio”, o cara que não faz nada da vida — às vezes, nem tomar banho — e tem dinheiro dos pais (ou do Estado…) para isso. Às vezes é o revoltado comunista que não largaria o dinheiro do papai por nada, mas fica berrando pela socialização das terras, pelo fim da expropriação da mais-valia alheia ou — em alguns casos — pelo salário mínimo de R$2000,00 reais, afinal, é um absurdo que os pobres, coitadinhos, não tenham sequer 10% da sua renda familiar. Tudo isso dentro de um consumo de drogas ilícitas que é “só” 20 vezes maior que o da média da população e um consumo completamente irresponsável de álcool.

Tem também os que estudam e se dedicam, que são ridicularizados por sua turma, ainda mais se os chamam à consciência quando afirmam — corretamente — que levam a Universidade a sério. E, claro, um sem número de medíocres — o grupo no qual eu me encontrava quando lá — que, sem levar tanto a sério como os últimos, mas com o peso na consciência do fardo que representam, ou pressa de se formar e ganhar dinheiro, ou de entrar numa pós e fazer “só o que quer”, tentam fazer um uso melhorzinho da Universidade. Felizmente, são também muitos os medíocres, quiçá formem a maioria.

Isso é um retrato da graduação. A pós-graduação é um pouco melhor.

Dado esse retrato, qualquer discurso de “não podemos cobrar pela Universidade pública” que se baseie na formação da graduação é, na melhor das hipóteses, ignorante. Em geral é hipócrita mesmo. Há uma quantidade não-desprezível de pessoas que precisam de ajuda para se manter — recebem bolsas, ou moradia, para permitir seus estudos — e, cobradas mensalidades, esse número aumentaria, é claro. Mas da mesma forma que há seleção para bolsas auxílio, pode haver uma seleção para bolsas de gratuidade (por critérios sociais com garantias meritocráticas mínimas e justas).

A Universidade paulista é paga com o dinheiro do ICMS, um imposto que incide sobre todos (e, proporcionalmente, mais sobre pobres, é um imposto “regressivo”, praticamente). Dessa forma, uma conformação social em que as classes C, D e E correspondem à maioria acachapante paga (desproporcionalmente nos mais pobres) para os estudos (nem sempre levados a sério) de uma conformação social cuja maioria é das classes A, B e C. Se existe alguma coisa que eu consigo chamar de “injustiça social”, isso é a Universidade gratuita.

Em tempo, eu não tenho problemas com o fato de que as universidades de excelência sejam preenchidas, em sua maioria, pelos mais ricos. A Universidade não serve a fazer “justiça social”, mas a produzir uma elite intelectual (graduação) e conhecimento científico (pós-graduação). É triste que não se esteja sondando por talentos melhores nas camadas pais pobres, mas isso é um problema muito mais amplo.

Como contraponto à cobrança de mensalidade, concedo que a gratuidade é justamente o que torna a Universidade pública atraente, a sua isca para ter os melhores alunos. Com a cobrança, muitos podem preferir estudar em Universidades particulares razoáveis, em que não terão os custos de morar em outra cidade. Elas acabariam se tornando muito “locais”, perdendo os talentos do resto do estado ou do país. Food for thought

Deixe seus comentários a respeito aí embaixo! Podemos fazer uma boa discussão 🙂

Vamos adiante. A outra proposta é terrível. O grande lance dos pedágios é que só são pagos por quem utiliza a rodovia. Quem não viaja, não paga. Uma família que passe o fim-de-semana em São Paulo não paga pela outra que resolve descer a serra e entupir a Baixada Santista. No Maranhão, quem toma Guaraná Jesus, não deveria pagar pela logística do Antarctica.

Quando você propõe debitar do IPVA o gasto com pedágios, você inverte essa lógica. Quem não sai da cidade, paga o mesmo IPVA de quem viaja, porque abate nos impostos o preço do pedágio. Isso também é nocivo porque, de certa forma e indiretamente, o governo está pagando pela manutenção das rodovias, que é precisamente o que a concessão pedagiada tenta evitar. Por fim, eu concordo que, por causa dos pedágios altos, diminua-se o IPVA. De todos. Ao considerar o modelo paulista de concessão, que são pedágios caros nas principais para permitir a manutenção das vicinais (o que, embora choque os liberais mais extremos, não me parece um negócio ruim), o IPVA serve apenas à manutenção das vias municipais e, portanto, não precisa ter um valor tão alto.

Dá uma boa conversa isso tudo. Pode chegar de voadora nos comentários abaixo!

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Enviei para o Sensacionalista no nome de Guilherme Bonense, Rio de Janeiro

Na noite dessa sexta-feira, 25, na sede da CBF na Barra da Tijuca, RJ, fechou-se um contrato importante entre a produtora de jogos Midway e a Confederação. A empresa adquiriu, por US$66,6 mi, os direitos de imagem e nome do jogador Felipe Melo, para uso no próximo jogo da série Mortal Kombat, previsto para 2011.

A série Mortal Kombat é uma série de jogos de luta com extrema violência e muito derramamento de sangue.

Depois do jogo do Brasil, a Midway se mostrou interessada, mas a decisão veio de verdade quando viram a repercussão no Twitter.

“É incrível, além de ser perfeito para o nosso estilo de jogos, ainda houve esse buzz todo em torno de seu nome. Com isso ganhamos destaque nas mídias sociais e marketing fácil para o nosso lançamento”, afirmou Sheng Long, relações públicas da companhia.

O acordo foi um pouco difícil de travar, segundo nos contam nossas fontes, por medo de que a FIFA não aceitasse. O lobista David Goro, da Midway, deu uma “mãozinha”: “Eles tinham que dar o braço a torcer, era só o que faltava para estourarmos com nosso jogo”, comentou Goro para o nosso repórter.

A FIFA aceitou que o nome e a imagem de Felipe Melo fossem usadas, contanto que o jogo não fosse de futebol nem tampouco Felipe Melo usasse uma bola: “Primeiro por propaganda enganosa, Felipe Melo não toca na bola, apenas nas canelas alheias.” disse-nos Joseph Blatter, e continuou: “Se quiserem fazer um jogo de futebol com ele que não seja o autorizado pela FIFA, que mudem o seu nome, eles sempre fazem isso. Sugiro Caceteiro

A Midway, para aproveitar o momento, lançará uma versão modificada do seu último jogo “Mortal Kombat vs. DC” já com a participação de Felipe Melo. Conseguimos acesso às primeiras imagens, que acompanham este artigo.

Depois do contrato firmado, começaram a aparecer mais propostas. Apesar do sigilo da CBF, descobrimos que, entre os interessados na imagem de nosso volante, aparecem uma clínica de estética, uma produtora de jogos de guerra, e o cineasta Quentin Tarantino. O autor de “Bastardos Inglórios” não confirmou, mas deu a seguinte declaração: “Ver Felipe Melo jogar é para mim uma experiência mais marcante que a famosa cena da orelha de Cães de Aluguel. É uma violência viva, real, algo que mesmo eu nunca consegui criar em meus filmes”.

Contribuíram vários criadores de #FelipeMeloFacts no Twitter.

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O iPod de R$5000,00

Jovem chega na Apple Store e trava a seguinte conversa com o vendedor:

— Moço, quanto está o iPod?

— Cinco mil reais

— Hein?!

— É, cinco mil reais.

— Nossa, está muito caro!

— Mas ele vem com 10G de música brasileira. O preço dele é R$800,00 e dos direitos autorais das canções é R$3200,00

— Ah é? E o que vem nele de música?

— Tem Chico Buarque, Mano Brown, MV Bill, Planet Hemp, … São canções escolhidas de uma lista preparada por uns burocratas do que eles consideram “música qualificada”

— Nossa, mas eu não gosto de nada disso. Acho até Velhas Virgens mais qualificado do que isso! Eu quero o iPod sem as músicas, compro no iTunes!

— Xi, não dá. Somos obrigados a vender com o bundle de música brasileira.

— Por quê?

— O PL 42/2012 estipula que todos os tocadores digitais de música venham com 5% da sua capacidade preenchido com música brasileira.

— Que projeto absurdo, como isso foi aprovado?

— Ah, aí não sei. Mas teve apoio de várias associações e sindicatos.

— Mas isso é um absurdo, eu quero escutar o que eu quero! Não o que o governo impõe!

— Bom, eles dizem que você pode optar por colocar outras canções e não escutar o que vêm, então não fere sua liberdade.

— Claro que fere! Eu não quero pagar pelo que eu não quero ouvir. Nem ter isso ocupando o espaço. Mas posso apagar, não?

— Não. Aliás, em determinados horários do dia, você tem que ouvir dessas canções pelo menos meia hora…

— Ah, vai. Tá me zoando, né? Errei o calendário, só pode ser, e é primeiro de abril.

— Não, hoje é 31 de março mesmo! — sorri meio amarelo o vendedor.

— Bom, mas depois eu posso comprar o que eu quiser no iTunes, né?

— Pode, pode sim — agora sorri com mais entusiasmo — mas para cada 5 canções compradas, uma tem que ser brasileira.

— Ok, ok. Agora — enfático — você está me zoando — e esboça um leve sorriso.

— Não, é isso mesmo.

Cabisbaixo, o jovem liga para um amigo:

— Zé, traz pra mim um iPod do Paraguai?


“Seu exagerado”

Acha mesmo?

O PL 29 acaba de ser aprovado na câmara dos deputados. Segundo o capítulo quinto do projeto, as empresas terão cotas de programas brasileiros qualificados (essa “qualificação” é definida por burocratas) obrigatórias a ser apresentadas em horário nobre numa média de meia hora por dia. Vai lá e lê!

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Desabafo aos esquerdistas

Meu Deus, querida esquerda, você já foi mais inteligente.

Sim, eu sou um cara de direita, mas não quero o seu mal. Quero apenas
que você defenda suas pautas históricas, ainda que esteja errada aqui
e ali, e não atacar quem vai contra os seus valores, só porque se opõe
a uma força, real ou imaginária, de uma imaginada “direita”.

Ano passado, o presidente de Honduras foi deposto, legalmente. Como
ele tinha ficado amiguinho de Chávez (para aprender a virar um ditador
manipulando eleições), a esquerda inteira gritou, juntinho, “Soltem
Barrabás Zelaya”.

Acontece que Zelaya era uma espécie de Sarney hondurenho. Não, não
estou falando do bigode. Grande proprietário de terras, mandava em
diversos lugares, colocava apadrinhados políticos, tinha seus feudos.
Tudo que a esquerda sempre rechaçou. Mas bem, Zelaya está falando
contra os EUA, então ele só pode estar certo!

E foi isso, a esquerda apoiou o Sarney daquelas bandas (depois os
petistas “puros” reclamam do que está acontecendo no Maranhão…).

Bem, chega 2010 e ocorre uma controversa operação do exército de
Israel contra uma flotilha, supostamente de ajuda humanitária (detalhe
que flotilha significa “grupo pequeno de navios **de guerra**”). Vamos
ver, e a Flotilha foi financiada e organizada pelo Hamas.

O Hamas é misógino — pelo menos para os padrões ocidentais, é claro;
perto da Al Qaeda eles são feministas! As mulheres devem se esconder,
devem obedecer. Os homens podem desposar várias. Nunca vi a esquerda
defender nada disso, pelo contrário. Mas, bom, todo mundo da esquerda
está com eles — afinal, Israel é direitista e malvado — então eu
estou com eles também!

Pouco antes disso, o Dunga defendeu um nacionalismo irracional, se
eximindo de condenar a ditadura militar brasileira, durante a
escalação da Seleção. Até que reclamaram um pouquinho, mas nada
demais. Contudo, quando esse aprendiz de Médici é criticado pela
Globo, pronto! Vira um herói. Marx no inferno
céu Panteão da Revolução e Dunga na terra. Ele peitou
a Globo, essa empresa maldita e reacionária!

É isso aí, esquerda! Muito bom! Continue contribuindo desse jeito para
um debate público pautado nos princípios éticos!

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Resposta a meu amigo Fernando Aires

Fernando Aires, grande amigo meu, acusou-me de “bancar o apologeta” no seu blogue. Vou tentar resumir a história.

Ele publicou uma parábola de um mestre sufi, como segue:

Na primeira história do livro I (“O Príncipe e a Criada”), Rumi conta sobre um príncipe que se enamora de uma criada, leva-a para sua e, quando ela adoece, busca de todas as formas sua melhora. Muitos médicos tentam, sem sucesso (e por contas próprias, sem contar com a orientação de Deus), curá-la, até que um anjo (em forma de médico) descobre que a causa da doença é o amor dela por outra pessoa – um ourives de uma terra distante. O príncipe manda buscar o amor de sua amada, e os casa.

Escrevi um longo comentário, de como isso era uma rejeição do “amor possessivo”, ou “ascendente”, ou ainda “concupiscente”, ou simplesmente “ἔρος”, citando a Deus Caritas Est, e colocando como algumas das decorrências da rejeição do valor desse amor o puritanismo, o “sexo laxo” dos dias atuais, ou a burqa e a circuncisão feminina dos muçulmanos extremistas. Pelo twitter, ele me responde que o objetivo não era discutir qual religião era a certa (até aí, ok!), e continua:

Daqui a pouco entra um Islamita a citar os extremos da sua religião. E todo o sentido de fazer algo que una em vez de separar se perde

Aí há um grande problema. Porque só pode haver verdadeira união quando todos comungam da mesma verdade. Do contrário pode haver tolerância, mas não união.

Dessa forma, o blogue só servirá à causa da união se disser a verdade em vez de “tentar diplomacias”. De agregar de diferentes “verdades” em busca de uma mesma espiritualidade (como ele pretende com a empreitada) não sairá nada. Podem haver diferentes pontos de vista sobre um mesmo fato, ou maneiras distintas de contar a mesma história, ou postulações diferentes da mesma realidade transcendente. Vamos bem. Mas quando há discrepância (muitas vezes frontal) isso é inconciliável.

Podemos entender o paraíso do Islã com suas 69 virgens como uma alegoria do prazer contido na felicidade eterna que o Cristianismo crê. Podemos entender Shiva e Visnu como metáforas da sociedade humana — e eu as uso com frequência — e Brahma como o Deus único. Mas há questões inconciliáveis.

Um muçulmano declara que o “Verbo Divino” se revelou no Corão. O Corão é o “Verbo feito Livro”, em uma analogia ao cristianismo. Para os Cristãos, a Revelação do “Verbo Divino” é a pessoa de Jesus Cristo — quem, para os islâmicos, é apenas um profeta. Isso é inconciliável. Não dá para alcançar uma união com essa radical diferença. O que não implica que não possa existir tolerância ou convivência pacífica.

No mais, se o que ele busca é um cerne transcendente semelhante, boa busca. Recomendo as leituras de René Guenon e Fritjof Schuon, cujas obras nunca li, mas sei que tratam exatamente disso.

O erro existe. Existe verdade e existe erro. A própria oração de São Francisco, que tanto lhe agrada, apela: “onde houver erro, que eu leve a verdade”. Ignorar isso é furtar-se a fazer o bem ao seu semelhante, é deixar de amar.

E amar, ainda que com chicotadas ou palavras duras (como fez o Amor feito carne), é para mim — e para todos os cristãos — o maior mandamento.

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iubilate Deo

Canto gregoriano, Tempus Paschale, a pagina 227 del libro Graduale romano, offertorio JUBILATE DEO UNIVERSA TERRA, cantore Giovanni Vianini, direttore della Schola Gregoriana Mediolanensis, Milano, Italia, www.cantogregoriano.it, visione dello spartito e immagini correlate, trascrizione in partitura notazione quadrata ing. Ambrogio DeAgostini

Oggi è la quinta domenica de pasqua. Alla messa de oggi, quando si canta il gregoriano, è cantato questo canto, all’offertorio. 

And since I don’t speak Italian, I can’t say anymore. Italian readers, please correct my short description 🙂

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Filtro de comentários da Folha #FAIL

Quando a paranoia de evitar linguajar chulo evita palavras importantes
no debate.

Ou: “Que mente suja, Folha! Vê putaria em tudo!”

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Feliz aniversário, Bento XVI

Avenida Atlântida

Enquanto o Rio se afunda em prejuizos e águas de chuvas, de maré e do
choro daqueles que perderam casa, amigos e parentes, os políticos
ficam com uma postura melhor do que o habitual, mas ainda assim ruim.
Afirmam as falhas da cidade mas se preocupam em se eximir de
culpabilidade e falar que é demagogia e oportunismo atacá-los agora.
De outro lado, opositores fazem de fato demagogia e oportunismo, mas
não podem ter o seu direito de criticar uma falha de gestão real
tolhido.

Estando a morar no Rio por sequer 6 meses, não tenho muito a dizer.
Estudei um pouco da história da cidade nos meus primeiros dias por
aqui. Minha paixão pelo Rio merecia ser transformada em amor maduro,
que conhece e estima, agora que a Cidade Maravilhosa se tornou a minha
casa. Nisso, nutri uma admiração profunda pelo Carlos Lacerda, um
homem que parecia amar de verdade o Rio de Janeiro e fez tudo o que
pôde pela urbe fluminense. Ganhei do ex-prefeito César Maia, um homem
público com muitos méritos e muitos deméritos, uma obra fantástica
sobre o Lacerda governador, que ora leio com gosto.

Fecho o parêntese. É fato que um homem público como o Lacerda é coisa
dificílima de se encontrar. Temos que agir de forma a tirar o melhor
possível dos oportunistas que se revezam no trono governamental.
Fazemo-lo criticando, apontando falhas, fazendo barulho, de forma que,
por vergonha, crédito à própria reputação ou sobrevivência política,
corrijam os políticos as falhas que cometem.

Neste momento eu tenho que bater numa tecla incrivelmente clichê. E eu
odeio clichês.

Obras de estrutura são necessárias, mas não aparecem e não dão voto. O
volume de chuvas foi irreal, é claro, mas o alagamento que vimos foi
igualmente irreal. Os asfaltos das ruas são incrivelmente irregulares,
não facilitando o escoamento. Há inúmeros bueiros entupidos, ou são
insuficientes. As galerias pluviais não tem o tamanho necessário.
Qualquer chuva mais forte e mais longa alaga certos pontos da cidade,
que todos sabem quais são. Aqui em Botafogo, a Voluntários da Pátria
vira um rio. A Praça da Bandeira, no centro, vira um lago. Todos sabem
disso.

Botar a culpa no Paes? Justo. Merecem também a culpa César Maia e
Conde, Marcelo Allencar, Jamil Haddad e Saturnino Braga. Todos os que
governaram esta cidade e relegaram ao segundo plano o necessário
invisível. Mas vivamos com as armas que temos. Critiquemos o
incumbente. Não dá para ficar num sebastianismo carioca, esperando
Carlos Lacerda num cavalo branco brandindo um plano para o Rio. Mas
podemos esperar uma política mais digna. Torço por isso.

Enquanto isso, podemos restaurar a marchinha:

Rio de Janeiro,
cidade que nos seduz,
de dia falta água,
de noite falta luz

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Não comprem um Fiat!

Repasso mensagem de meu amigo Thiago Serra.

———- Forwarded message ———-
Boa noite a todos,

Estou mandando este e-mail porque me sinto feito de idiota pela Fiat
depois de comprar um Palio zero e já ter ido duas vezes para a oficina
tentar resolver um problema de infiltração. Segue o link da reclamação
no reclameaqui.com.br, mas eu colei o texto todo depois dela pra ter
certeza que o máximo de pessoas poderá lê-lo. Alguns de vocês eu não
tenho tido muito contato recente, e é uma pena, e não quero que nenhum
de vocês passe pela dor de cabeça que estou passando com essa
empresinha.

http://www.reclameaqui.com.br/564928/amazonas-leste-ltda/palio-novo-molha-o-p…

O primeiro carro novo a gente nunca esquece. Principalmente quando
logo no segundo dia você descobre uma infiltração que deixa o tapete
do passageiro submerso. Aliás, uma infiltração companheira: ela não
abandonou nosso Palio mesmo depois de duas idas à oficina, de muitas
horas perdidas de sono e de trabalho e de várias ligações confusas ao
atendimento da Fiat.

Na primeira vez, eu ainda imaginava que aquele vendedor sorridente e
disposto a fechar negócio daria um jeito de me ajudar. Eu liguei para
ele, expliquei como foi chato o que aconteceu e como eu iria ter
problemas se ficássemos sem carro durante o conserto, mas o máximo que
consegui dele foram dois números de atendimento e a informação de que
não poderia fazer mais nada pra me ajudar.

Como funcionam esses números? Bem simples: um serve pra botar a culpa
no outro. Depois de algum tempo, as regras ficam claras: primeiro você
leva o carro pra arrumar com a ajuda de um deles (o do atendimento da
Fiat) e só depois que você ficar na rua por ter deixado o carro no
conserto é que você liga para o outro número pra eles avaliarem se te
dão ou não um carro reserva (o serviço Confiat), o que pode levar até
3 dias para acontecer.

Comprei esse Palio na concessionária Amazonas da avenida Sumaré (em
São Paulo), que não me ajudou em nada e era longe pra deixar o carro
no conserto. Liguei em outra revenda, a Sinal da Bela Vista, que era
mais perto de casa e na qual me disseram que não tinham espaço pra
pegar carro com infiltração naquela semana. Resolvi, então, tentar um
outro lugar, no qual eu não precisaria esperar o carpete de meu Palio
novo mofar, e fui até a Itavema, de Santo André, onde ao menos poderia
pegar um carro emprestado de um familiar.

Assim que devolveram o carro, peguei outra chuva e, para minha
surpresa, novamente o carro ficou cheio dágua. E não apenas isso, como
agora o filme do vidro possuia buracos. Me ligaram da Fiat para
avaliar o serviço com uma nota de 1 a 10. Dei ZERO. Me ligaram da
Itavema pra saber o motivo e eu expliquei. Algum tempo depois, o
funcionário que recebeu a nota baixa me ligou pra que eu mudasse minha
avaliação dele, porque iria prejudicá-lo. E eu com isso? Fiquei uma
semana com carro emprestado, perdi 4 horas pra levar o carro na
concessionária em horário comercial e, ao final de tudo, tinha um
Palio no qual entrava água e um mecânico querendo tirar satisfação
comigo.

Voltei à Amazonas pra falar com a Andrea, a gerente de novos, e o
Laércio, que vendeu o carro. Primeiro conversei com o Laércio sobre a
situação e lhe disse que queria trocar o carro. Ele disse que tudo
bem, mas que ele teria que avaliar o carro pra saber quanto ia me
custar trocar por outro novo. Parece piada! Depois de ver que não
chegaria a lugar algum com a gerente, liguei para o Procon dali mesmo,
o que foi bem difícil porque ela ficou dizendo ao fundo que eu estava
mentindo, atitude um tanto insólita vindo de uma profissional. O
atendente do Procon foi solícito e me disse que eu precisava de duas
ordens de serviço decorrentes do mesmo problema pra pedir a troca ou a
devolução. Deixei o carro para consertar lá na Amazonas por falta de
opção. Quanto ao filme com buraco, eles ainda queriam cobrar para
trocar, então deixei quieto. Nós só queríamos que isso se resolvesse
pra continuarmos nossa vida, que já é bem corrida com trabalho todo
dia e pós-graduação ocupando várias noites da semana.

Recebemos o carro de volta no mesmo dia e passei 2 meses temendo pegar
uma boa chuva. Eis que ela veio nesse feriado e, de novo, tenho um
carpete molhado. Fizemos a opção de comprar um carro novo para não
termos problemas com oficina, mas esse Palio deu mais problema do que
muitos carros usados. Liguei para o vendedor pra agradecer por todo o
apoio que recebi depois que ele teve a comissão dele, aproveitei para
avisar que agora sim vou ao Procon. Também liguei para a Fiat
esperando alguma sensatez, mas não é isso que se obtém de atendimentos
telefônicos que dependem do humor do atendente.

A história é mais longa do que isso, mas para entrar em todos os
detalhes seria necessário muito mais do meu tempo e do tempo de todas
as pessoas que espero lerem isso. O que recebi da Fiat em troca de
confiar na marca foi desrespeito. Não pretendo transformar novamente
os ganhos do meu trabalho em um patrimônio feito de qualquer jeito por
uma empresa que trata um problema desses como algo banal e sem
importância. Só quero meu dinheiro de volta pra comprar um carro que
possa pegar chuva: seja Ka, Celta ou Gol. Mas Fiat, nunca mais!

Comprova-se mais uma vez que a máxima é verdadeira: “FIAT – Fui
Iludido, Agora é Tarde”.

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Tobackspfeife

Bach – Aria ''Sooft ich meine Tobackspfeife'' BWV 515aKlaus Mertens, baritone
Ton Koopman, harpsichord

Encontrei esta incrível performance no blogue "A Espectadora", da "Tanja Krämer", que deveras recomendo.

This post should have been written in German, but since I don't know a word of German (apart from musik), it's being written in English and Portuguese. But I really haven't got much to say, except that I really liked the moustache guy with the pipe. First verse follows.

Sooft ich meine Tobackspfeife,
Mit gutem Knaster angefüllt,
Zur Lust und Zeitvertreib ergreife,
So gibt sie mir ein Trauerbild –
Und füget diese Lehre bei,
Dass ich derselben ähnlich sei.

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Follia

Guitarist Cem Duruoz plays Mauro Giuliani's Op. 45 Folias (Folies d'Espagne) variations. From a 2003 performance at the Presidio Chapel in San Francisco.

Hi folks, this is the first issue of MVSICA, a blog about great music. A post a day, a great tune a day. Mostly antique, forgotten treasures. But it's not restricted to it. And MORE:

Anyone can contribute easily. Post a song to me. If it's great (on my own reasoning, sorry!), it will be posted as soon as possible. How to do it? Just attach a music or a video to an email, and post it to post@musarum.posterous.com. You can also put an youtube or vimeo link. Policies:

– The subject must be descriptive about the song, preferrably its name. I am breaking the rules right now!
– Please write on the first line the title, the composer and the performer names.
– If it's a video link, put it right after this.
– You can write about the song afterwards, in any language, Klingon included.

Thanks for the visit, and have a great Easter.

Posted via email from MVSICA

Esculápio, o deus da medicina na mitologia grega (comecei longe para
cacete, para falar de vacinas) tinha duas filhas: Higéia e Panacéia. A
primeira está ligada às boas regras de bem viver: bons ares; bons
alimentos sem excessos; atividade física; descanso apropriado;
moderação em geral (aquilo que os cristãos chamariam de temperança).

Panacéia, estava ligada ao uso de recursos terapêuticos (ervas, sais,
poções, beberagens etc) para corrigir problemas, curar moléstias e
recuperar a saúde, ou seja, voltar à condição normal ou de equilíbrio.

A primeira, portanto, está na linha das regras de promoção da saúde
que vocês comentaram, no sentido de tornar o indivíduo mais resistente
aos fatores de desequilíbrio e a segunda aos métodos de cura quando
isso acontece.

As vacinas entram na definição de “proteção específica”, porque são
voltadas para riscos definidos. Obviamente, como tudo que se introduz
no organismo, dependem de um balanço de risco, ou seja, no fundo de um
cálculo de custo benefício. O ideal seria que o risco fosse zero e o
benefício total, mas, infelizmente, o mundo não é assim tão simples.
Em alguns casos o cálculo é mais fácil. Por exemplo: a vacina de
raiva, que tem uma característica singular, é aplicada “depois” do
acidente que expôs o paciente ao vírus. É uma vacina desconfortável e
cujas complicações não são desprezíveis, mais por conta do meio de
cultura. O melhor meio é embrião de pato. Pelas suas características
(tempo de carência inferior ao tempo de latência da doença (que é
fatal) ela salva a vida do contaminado. Pela mesma razão e pelos
inconvenientes não se usa preventivamente, até porque a maioria das
pessoas não se contamina por raiva animal.

Há vacinas de vírus mortos e de vírus atenuados, como a febre amarela,
usada em áreas de risco e que oferece certa freqüência de efeitos
colaterais.

A maioria das modernas vacinas é feita pelo método do RNA recombinante
(engenharia genética), ou seja, molde para produzir anticorpos
pré-definidos a partir da cópia de uma das hélices do DNA do
microorganismo. Portanto, é “impossível” causar a doença. É uma
macromolécula sob encomenda e não mais um microorganismo, nem atenuado
nem assassinado para extrair o antígeno.

O cálculo que se faz no caso da vacina anual de gripe é, por um lado,
econômico (redução de absenteísmo laboral) e por outro preventivo de
complicações mais comuns em idosos, principalmente, ou outros grupos
de risco, quando a conseqüência da gripe pode ser mais grave. É uma
vacina, portanto, de importância secundária. O que ocorre no caso
desta, H1N1 é que pela primeira vez uma variante nova de vírus vem
sendo rastreada mundo a fora e apesar da muito baixa letalidade atinge
(por ser novo) muita gente virgem de imunidade e causa um certo número
de mortes. Se não houver vacinação, principalmente dos que parecem
mais expostos às complicações, o rastilho vai desaparecer com o tempo,
mas algumas pessoas pagarão o preço. A relação custo benefício,
friamente calculada, é pouco favorável à vacinação, exceto pelo custo
político da cobrança.

O que infelizmente existe (isso é coisa antiga) é um antagonismo
ideológico sem pé nem cabeça às vacinas, vistas como instrumentos do
mal, e que produzem uma enxurrada de sub-literatura científica ou
mesmo pseudo-científica e que as pessoas mais preocupadas acabam
ajudando a disseminar. Já vi muita gente boa e basicamente sensata
embarcar nessa. Parece que uma das fontes de exorcismo às vacinas vem
da ultra-extrema-direita americana: vem do governo, portanto é do
demônio! Os sanitaristas de esquerda gostam, então só pode ser
sacanagem. Acontece que esses esquerdinhas só falam e fazem demagogia
sobre vacinas; quem as produz são cientistas de verdade e os
laboratórios que, é claro, ficam muito felizes em vende-las em grandes
lotes para os governos. Mas não que sejam inúteis ou perigosas.

Como eu vivi o tempo (pré-vacinação) de várias moléstias, como sarampo
e difteria, por exemplo, que matavam crianças como moscas nas
enfermarias, fico um tanto irritado quando ouço essas conversas. Eu
era residente de infecciosas quando houve a epidemia de meningite A em
São Paulo; devo ter feito milhares de punções liquóricas, e acompanhei
a queda brusca de casos após a vacinação maciça, comprada na França e
que, por sinal, demorou (era muito caro). Há naturebas que alegam que
a força da epidemia ia se esgotar de qualquer modo. Claro que ia,
depois de matar mais uma quantidade enorme de pessoas.

Portanto, em resumo:

– Vacinas são uma das mais extraordinárias contribuições científicas
para a humanidade; mudaram o perfil de mortalidade e a demografia;
extinguiram doenças, como a varíola e a paralisia infantil, por
exemplo;

– Como tudo, podem oferecer alguns riscos, em geral de pouca monta,
umas mais outras menos, e as mais modernas bem menos;

– É altamente recomendável fazer toda a vacinação básica das crianças,
além de outras mais recentes, como hepatite A e B por exemplo. Estas
são sintéticas;

– Aquela conversa de que a ONU vai esterilizar a população com
aditivos postos em vacinas é uma das idéias mais ridículas que já
ouvi, até porque não conheço substância capaz de esterilização
permanente depois de uma dose ou duas; se fosse possível, muita gente
tomaria voluntariamente;

– João, desculpe, mas aquela vózinha dinamarquesa ou é uma grande
vigarista ou completamente pirada; tudo isso é tão pseudo-científico
quanto o aquecimento global que você abomina.

– Quanto a contaminantes químicos, como o caso do mercúrio, se houver
é irrelevante. O tal efeito acumulativo, como para qualquer tóxico, só
acontece quando se absorve continuamente um produto de forma mais
rápida do que o organismo pode excretar. Acontece com metais pesados,
mas depende de dose e tempo. Aí deposita e acumula, como o mercúrio
elementar continuamente inalado em certos ambientes laborais. O mais
famoso é o tratamento do feltro por mercuriais inorgânicos (Chapeleiro
louco da Alice no pais das maravilhas). Até uns 40 anos atrás se usava
mercuriais como medicamentos para certas doenças graves, em doses que
podiam ser tóxicas. Mas traços de mercúrico ou methiolate (se houver)
são toxicologicamente desprezíveis como contaminantes de uma dose
isolada de vacina. Se as coisas não fossem assim estaríamos lascados,
porque a maioria das substâncias andam pelo mundo sem nos pedir
licença em microdosagens. Todos os metais pesados, todos os solventes
orgânicos etc, no solo, no ar, na água e tudo mais.  “A dose faz o
veneno” já dizia Paracelsus (1493-1541).

Pessoal, desculpem se me alonguei, mas essa mania anti-vacinas me
irrita e resolvi escrever tudo uma vez e só. Espero ter ajudado. O
fato do Temporão ser um idiota não interessa. A vacina H1N1 tem
importância limitada mas, como já disse, a minha filha grávida,
portanto num grupo onde as complicações são mais freqüentes, eu
recomendei que tomasse logo.

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Test-drive sexual

algum tempo fizeram-me a pergunta relatada abaixo, no formspring. Hoje resolvi respondê-la, porque não era uma resposta de uma linha, como podem perceber. Posto-a aqui porque acho que é importante, e é a homenagem "do meu jeito" às mulheres. A pergunta está em negrito, o restante é minha resposta.

Um dos parceiros pode querer mais sexo do que o outro ou ser mais certinho e não gostar de nada diferente. Você não acha que o sexo depois do casamento pode levar, então, a problemas fatais de incompatibilidade sexual?

Problemas fatais de incompatibilidade sexual tem a viúva negra.

Mas vamos falar sério. Não, não pode. Dizem por aí que "sexo é que nem pizza, até quando é ruim, é bom". Discordo da parte da pizza mas, valendo o resto do adágio, não haverá problemas "fatais". Vamos discorrer com mais calma.

1) Desde quando um ser humano é carro pra se fazer test-drive? Acho essa objetificação da pessoa um crime. A sociedade moderna, tão aberta, tão progressista, faz com que as pesoas se tratem mais e mais como coisas, como mercadorias. A função do outro é me dar prazer, é ME dar bem estar. Puta egoísmo do cacete. Se a pessoa não me satisfaz sexualmente como se fosse uma pornstar, devolvo à loja onde a peguei e se torna impossível qualquer relacionamento duradouro com ela, não é assim? Por isso que a gente recebe tanto spam de enlarge your pinto. Para não virar um objeto devolvido, uma falha que passou inadvertidamente pelo "teste de qualidade".
2) Achar-me-iam um machista incorrigível se eu dissesse que não posso me casar com uma mulher sem saber se ela cozinha comida gostosa, não achariam? Mas testar se ela é "boa de cama" é a coisa mais natural do mundo, claro! Da mesma forma que dá para viver sobriamente (sem cair em contos de fadas) um casamento em que não se cozinhe bem, não tenha tanto trato com as crianças, um dos dois seja mais mimado com certas coisas, dá para encarar quando um dos dois não é "bom de cama". Aliás, eu acho que tudo isso se aprende com convívio, esforço e amor.
3) Se um não consegue aguentar o tesão quando o outro não quer, ou não consegue ceder aqui e ali (seja para conter um desejo diferente, seja para ceder ao desejo diferente do outro), como vão conseguir viver uma vida de casal saudável? O desquite virá — esse sim fatalmente — no primeiro quebra-pau, na primeira divergência importante. Que raio de casamento se quer assim? Que amor se pode dar sem estar disposto a ceder? Que família se funda num encontro de egoísmos?

Obrigado quem fez essa pergunta ridícula, porque me deu a chance de ridicularizar esse conceito idiota em que muita gente acredita — e torna nós, a cada dia, menos humanos e mais bestas.

Que sejam vistas como seres humanos plenos, com virtudes, defeitos, anseios e anelos, e não como pedaços de carne — fontes de prazer descartável. É o que eu desejo às mulheres nesse dia que foi dedicado a elas.

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Catracas de Acrílico

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Catracas de Acrílico do Metrô-SP, na estação Sacomã, linha 2-Verde.

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