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Archive for janeiro \23\-03:00 2008

Algumas pessoas mais novas do que eu não chegaram a brincar de “Polícia e Ladrão”, mas a brincadeira é bastante simples. Um grupo é “a polícia” e outro grupo “o ladrão”. O objetivo da polícia é pegar o ladrão e do ladrão fugir da polícia. É mais uma variação do “pega-pega” e do “esconde-esconde”. Uma brincadeira à moda antiga em que o objetivo é correr pela escola, pelo parque, e ter uma desculpa para isso, um subterfúgio, um pano de fundo racional, de uma racionalidade infantil, é claro! Há algumas variações, com revólveres de dedo et cetera.

Brincar de polícia e ladrão além de ser saudável (é um exercício físico, coisa cada vez mais rara entre os infantes) ajuda a consolidar alguns valores: de que é dever da polícia pegar o ladrão, e que o ladrão vai querer fugir da polícia se não quiser ser preso. Ensina justiça e tolerância: a verdadeira, que consiste em ver o outro lado, não defendê-lo sabendo do seu erro. Eu rezo para que nenhum juiz resolva proibir a brincadeira de “polícia e ladrão” (como proibiram as armas de plástico, o que é, pelo menos, compreensível).

Apesar de imaginar o contrário, talvez alguém que me leia nunca tenha jogado “Counter Strike”. Este jogo, que roda em cima de outro jogo (o Half-Life) consiste em uma coisa muito simples: formam-se duas equipes: terroristas e contra-terroristas. O objetivo dos terroristas é ou explodir uma bomba, ou manter reféns, ou outros que eu não lembro. O objetivo dos contra-terroristas é impedir que a bomba seja “plantada” ou desarmá-la, resgatar os reféns mantidos pelos terroristas, et cetera. As caras são diferentes, os gestos são diferentes e até as armas são diferentes. Quem joga como terrorista agora pode jogar como contra-terrorista na próxima. É um polícia e ladrão do século XXI, no computador. Dizer que isso incentiva “táticas de guerrilha” é o mesmo que dizer que “polícia e ladrão” incentiva a insubordinação, ou mesmo o roubo. Chamar o jogo de violento é fechar aos olhos ao que passa no cinema, não estamos mais na década de 30, oras! Especular que o jogo gera empatia pelos terroristas é o mesmo que banir “O Poderoso Chefão” por gerar empatia aos mafiosos (eu até achei Vito Corleone bacana) ou “Meu nome é Johny” aos traficantes “playboys”. Assim sendo, deveríamos banir metade do cinema e da literatura nacional, que faz apologia do banditismo às claras.

Mas isso é besteira minha. O meritíssimo Carlos Alberto Simões de Tomaz decreta o banimento a um jogo inofensivo porque induz à subversão da ordem social. Por que não proíbem as apologias da maconha em músicas? Aposto o meu órgão sexual que muito mais gente subverteu a ordem social por causa de “Planet Hemp”, “Gabriel, o pensador(sic)”, “Skank” e “O Rappa” do que por Counter Strike, geralmente jogado por nerds babões (como eu) que sofrem para matar uma barata. Mas não, pregar que se fume e venda uma substância ilícita, pode. (Agora, cantar “eu bebo sim, e estou vivendo” é politicamente incorreto, fumar cigarro de tabaco, pior ainda, defendê-lo então, logo dará cadeia).

“Sr. juiz! Pare agora!!!”. Presta atenção no que faz mal à sociedade!!! Dos garotos que entram no tráfico todo dia, aposto que nenhum jogou Counter Strike. Há gente matando, trucidando, abortando, viciando, e suas meritíssimas não fazem nada. Agora fazem perder tempo de agentes de justiça com uma medida que só fará tirar uma diversão de jovens sedentários. Fora da lan house, de repente eles encontram um “bagulhinho bom” ou uma “bala da boa”. A culpa será sua. Ademais, se sua meritíssima sempre perdia quando brincava de polícia e ladrão, a minha diversão eletrônica não tem nada a ver com isso. Vá enxugar gelo, perde só o seu tempo.

Post-scriptum:

1) Alguns dizem que o motivo para a proibição do jogo é um cenário no Rio de Janeiro, no qual os terroristas (traficantes) seqüestraram agentes da ONU e os contra-terroristas (policiais, mas ia ser bacana fazer uma roupa de BOPE pra eles) têm que resgatá-los e são recebidos a bala. Já joguei, e é muito bem feito, toca samba de maconheiro e funk de criminoso no fundo. Se isso é motivo para proibir, vamos proibir o Jornal Nacional!

2) Meu amigo Leonardo Lopes, o tio Leo, matou a charada: “Essa é a vantagem de ser juiz… você nao quer ver seu filho jogando CS (Counter Strike), proíbe que o país inteiro jogue…”

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O ano começa com uma guerra entre as Satanistas pelo Dever de Matar (SDM ou SaDô-M), que se auto-intitulam “Católicas pelo Direito de Decidir (CDD)” e a Verdadeira Igreja. Basicamente, através de um contato na produtora, elas conseguiram colocar um depoimento no vídeo da Campanha da Fraternidade da CNBB deste ano, cujo tema é justamente a defesa da vida (tendo o anti-abortismo como pauta principal). A CNBB mandou cortar sua participação depois de receber reclamações de Fiéis (com F maiúsculo), retirar todos os vídeos e relançar o DVD limpo. Mas parece que o vídeo, mesmo sem as SDM, não é lá muito bom… Obra da irmã gêmea má da CNBB: CNBdoB (crédito da piada a Wagner Luís, do blogue “O Possível e o Extraordinário“). Parece que este artigo resume bem a situação (linque: http://portal.rpc.com.br/gazetadopovo/impressa/brasil/conteudo.phtml?tl=1&id=729031&tit=DVD-traz-criticas-a-Igreja-Catolica-e-defesa-ao-aborto).

O supra citado “O Possível e o Extaordinário” e o site do pró-vida de Anápolis estão com uma documentação muito boa a respeito do tema.

O que me interessa aqui, e me motiva a publicar este post, é indicar textos que já saíram pressionando a CNBB, e a Sociedade do Verbo Divino para que tomem providências enérgicas e imediatas e manifestos de grupos católicos sobre o tema. O que segue pode receber novos linques nos próximos dias, então fique atento.

Manifesto da Sociedade Católica:

http://www.sociedadecatolica.com.br/modules/smartsection/item.php?itemid=77

Carta de Pedroso, Moura e Murat aos Verbitas:

http://blog.veritatis.com.br/2008/01/carta-aberta-aos-verbitas.html

Carta do “Veritatis Splendor” à CNBB:

http://www.veritatis.com.br/article/4707 

Mais por vir…

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O Itamaraty está promovendo uma “democratização no acesso” à carreira de diplomata. É isso aí, viva a revolução bolivariana nas relações internacionais! Afinal, Merquior e Meira Penna não foram bons o suficiente. Precisamos de gente com mais conhecimento das massas, né?

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Se você quer acompanhar as prévias para as eleições presidenciais dos EUA, recomendo o site “Electoral Vote“, que traz todos os dados (pesquisa, resultados) tanto de democratas quanto de republicanos. Na época das eleições ele faz também estimativas de quem ganhará baseado nas pesquisas e nos resultados já apurados. Vale a pena colocar como bookmark.

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Papa-batismo-2008

Este no meio, ajoelhado, é o Papa (não, não é Paulo VI nem João XXIII, nem Pio XII, nem nenhum anterior, é Bento XVI mesmo), celebrando uma Missa, no mesmo rito em que celebramos em nossas paróquias. O ano é 2008.

Vendo uma coisa sublime dessas, dá até para virar “progressista” e afirmar que o progresso acompanha os tempos: quanto posterior, melhor. Mas eu prefiro dizer que essa foi a melhor maneira que o Papa encontrou para dizer: “Feliz Ano Novo”

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